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segunda-feira, 18 de junho de 2007

Prefácio. Aquilo que vem antes do nada: começo, meio e fim em trezentas palavras; mesmo assim, nós atribuímos valor a cada verbo na análise sintática. O aquilo vira alguma coisa. Significante e significado, ...beijam-se. O estudo, o estudante e o estudado ganham o nome de “lato senso”, – indeterminável, mas tem a eloqüência de um clichê: vago e universal. :Do nada, nada surge. Peixinho. Trivial em certa perspectiva, mas sempre fugidio. Isto ou aquilo, isso ou aquilo outro. O todo na visão do nada, em qualquer tempo, é uma pergunta ainda sem resposta. ¿é algo perdido ou simplesmente fora do lugar?, não se sabe, é coisa, alguma coisa, é essa, é minha, é nossa... mas, em verdade, não se faz necessária muita explicação, pra mim, são os tabus reunidos numa festa ao luar, o incesto dança com a hipocrisia, a ganância gira com o amor, os cheiros se misturam, cada qual com sua cor, sentimento pede sentimento, a vida num fatídico acidente, ¿é destino ou acaso?, não, mais vida, emoção de viver, sentimento atrás de sentimento, sentimento traz sentimento, mais vida, eu e você, à luz do luar, nada fora do natural, só instinto basta para o argumento conclusivo: nascemos, vivemos e morremos à luz do luar. Vivas às coisas que sempre estiveram lá pra que acreditemos no eterno. Moral: eterna repressão sumulada para o descumprimento; uns vencem, outros passam mal. – Não se confunda, leitor, tudo tem solução e aguarda deferimento: há espera, há esperança. Um dia hão de entender. Por enquanto acreditem!, o valor da argumentação segue a linha hodierna: primeiro, em nome de quem eu digo; depois, o meu nome; e, por fim, o que eu digo. As falácias catalogadas por cícero sucumbem à provação dos nossos dias. Eu falo em nome do presidente; meu nome é fulano de tal; e, como tal, tenho a declarar: “estamos perdidos numa grande crise de legitimidade”. O que se diz é o que menos importa. São sempre as mesmas palavras referendadas pela bibliografia: café, cigarros e inspiração. Mas espere, as vozes da vanguarda clamam ciência, tecnologia, ..., sei, nem todos querem entender, não que não possam, mas, absolutamente, não vão; em vez disso, pregam a reforma da reforma sob o codinome “mais educação”: balelas retomadas e às avessas aplicadas a conceitos de economia e administração. Pára o vento dos tempos, um ponto de oposição: momento em que eles hesitam..., em breve retornarão. Os professores continuam a ler aquele velhinho, veja, na página 40, ele escreveu para que lessem em voz alta, in verbis, “Diga que não é a suprema graça gozar no cuzinho. Todos os suspiros e gemidos e delírios. O coração aos gritos no meu cravo violáceo despetalado”, sim, os 82 anos gostavam de dar, nem mais nem menos, apenas o que é de direito. O velhinho vive para impressionar. Quando se pensava que ele havia ejaculado dentro, o catedrático atento à voz narrativa dá (e, como dá) um chega pra lá nos pederastas de plantão, era uma mulher, ela não gozava ali, ela tinha um orgasmo lá. Nenhuma novidade, a revista feminista já dizia há muito tempo atrás; é possível sim, ela também gosta de dar. O contista jamais se livrará da pecha de repetitivo, velho ou jovem, bom ou não, dando ou não, o que ele gosta de dar, tudo já foi dito e resta incólume no inconsciente coletivo; às vezes os jornais dizem, os periódicos de circulação nacional também; mas a última palavra publicada é a do poder. Sempre podem mais, sempre querem mais; os outros aplaudem, querem mais também, mais palmas, mais sexo, mais do mesmo velhinho: o pai disse ao filho, “essa mulher é minha”, para então castrá-lo; freud estava certo: “tudo se resume a sexo”; corte papai, corte o piu-piu do filhinho, se não ele vira um monstro moral nas páginas de um dos livros do velhinho. Não há nada pior que um filho sem pinto, – meu, nosso, nossos filhos do futuro, muito piores que o velhinho, muito piores que aquilo que um dia ele possa vir a criar. O cravo violáceo despetalado não é nada. Hoje em dia é só digitar; no google tem até link patrocinado: golden shower –só pra começar. Mas o mundo não tem parada. Deve-se salientar, as festas de cocô e sangue andam rolando por ai, mas só de 4 em 4 anos. Sua excelência caga em nossas cabeças; e não na menor, na maior. Cabeça fraca. O juízo vem dos pais; todos somos e seremos mais; milagres: quando eu morrer, rezem por mim, farei milagres. Nós gostamos, votamos mais, queremos mais, mais aplausos, louros e prêmios literários. Até hilda hilst reconhecia os tais prêmios romanos, por isso fez questão de recebê-los em vida; ela dizia: “quero ser reconhecida enquanto viva, morta não sirvo pra nada; quero que venham a mim, que sejam jovens e dispostos a tirar a roupa”. Ímpeto da juventude, a obra usada para tirar a roupa da moçada, sobre dez tomos repletos de coerência e coesão, eles dormiram e transaram pela manhã. Tudo de novo de geração em geração. Nascemos de uma trepada. A cada dia mais do mesmo... se tivermos sorte. Abusaremos das crianças, elas gostam, seremos elas, elas serão nós, na verdade, já fomos, então, seremos juntos: uma sociedade em que 75% das crianças são abusadas ou física ou sexualmente. Foi notícia semana passada, hoje volta a ser cotidiano. Então, ele repesquisa, no bairro pobre da índia, as 12.700 crianças; encontra-as nos mesmos lugares: na rua, em casa ou na escola; descreve-as como fizera com os pais; subleva-as à condição de estatística:[que não é nada mais que:] conclusões matemáticas do possível: a maioria absoluta se confunde com o quorum qualificado: resultado: a lei não será aprovada, e se for, permanecerá sumulada para o eterno descumprimento. Um ciclo, crianças abusadas: passado, presente e futuro, num único ponto, luz. Massa, espaço e tempo, luz. Aquilo que não vemos, um sobressalto, uma família imperial, nós mesmos: a própria luz. Entra pela janela, vem nos vigiar, luz, mais luz. Uma pausa, silêncio: agora um outro mundo. Se girafa tivesse um deus, seria também uma girafa, porém, uma girafa onisciente, onipresente e onipotente. Imagem e semelhança: o maior pescoço do mundo vendendo a teologia de roma. ¿Você pensa que pode dizer todas essas asneiras e sair impune? Não; não mesmo. Reprovado! Inapto! Expulso! (espere um pouco, vou até a biblioteca buscar o dicionário de sinônimos, afinal minha rima barata compra minha rima pobre). Demorei 45 anos para ser reprovado; no doutorado, então, nota zero, pela moral e pelos costumes, por faltas, por este processo inquisitorial, por aquilo que posso governar, e mais, pelo poder que tenho: nota zero. O doutor reprovado não perdeu a língua, mas ficou quieto; agora, dias atuais, só fala aos alunos. Eles escutam e tomam nota. Você não veio na minha aula, não? Então, não tem do que reclamar. O texto era pra ser complicado mesmo; prova final... oh não!, você não tem presença, foge daqui enquanto há tempo, seu teste foi abortado, volta, volta no tempo, acorda cedo, e vem pra minha aula. Eu sei, você pegou a doença da escola; agora, não tem como largar. Eu sei, drogadição não merece perdão, volte no tempo, venha à minha aula – neste caso, a crase é facultativa –, já a norma culta é inequívoca: você errou. Mas, professor, não vou à aula em busca de conhecimento, e sim, inspiração. Vossa excelência não leu na bibliografia? Café, cigarros e inspiração não me dizem nada; além do mais, metalinguagem não me provoca qualquer inquietação; estou acostumado às revistas literárias. A vanguarda da vanguarda continua velha nestes corredores. Aluno não tem jeito mesmo; tem de ser professor pra aprender e não ser reprovado. Quando finalmente aprendeu, passou a ensinar: “olha, vira bem essa bunda pra cá, desce bem... e senta na garrafa meu brasil”; “é assim que você quer?”; “sim, sim; senta bem (mais um pouquinho), agora rebola nessa garrafa,.. vai brasil!”; “mas você tem certeza que vende?”; “bem, eles continuam segurando o tchan... vamos rezar bastante... vai vender!”; “e a certeza?”; “olha, a certeza não se tem; mas se você sentar bem fundo nessa garrafa e sambar... quem sabe a gente não aparece na tv”; “que ótimo!, tá bom assim ou quer mais?”; “oh sim!, sempre mais, vai, vai... pode ir”. Sempre mais, ele não conhecia o impossível. Foi preciso o mestre cortar-lhe as asinhas: “governe, meu caro; governe o que pode ser governado, o restante relegue ao ímpeto da juventude”. E assim se fez um cinqüentão recauchutado: “vem mulherada, pode cair em cima, sou jovem, sou rico, vem que vem, não tem pra ninguém, são todas minhas”. Minha irmã, minha sobrinha, minha filha, minha tia, todas minhas, aprendemos juntas a gozar. Em primeiro lugar a família, jesus dizia. E também ele queria mais, mais comunhão, mais casamento, mais sexo na religião: trepada com papel passado; no nosso trato antenupcial, eu te como duas vezes por semana, nos outros dias gozo na tua cara, só não no domingo, dia de rezar e pedir mais sexo, mais alpinismo em nossas vidas, mais pornografia: saúde pra comer e ver a comida. Não precisa andar por ai fazendo cara de mau, de velho ranzinza, basta digitar, zoofilia: mais um monstro moral autenticado pelos concílios papais. “Aaaahh zé, ontem eu peguei aquela égua de jeito!”, “e cê reparô que tava mais macia?”, “não cridito, cê também pegô, mas, pô, era o meu dia”. As histórias de vida migram para brasília. Todo político que se preze veio do sertão, conhece os lugares por onde andou, lutou como ninguém; infância pobre, pouca escola, quase nenhuma matemática, nenhum português (todos brasileiros, brasileiríssimos do interior)... Nos confins dos confins é tudo permitido, só não pode comer a mariazinha, minha porquinha. Incesto só nos fins de semana, – mas foi há muito tempo atrás; também, dez irmãos dormindo na mesma cama, tinha de dar em alguma coisa a ausência de colchão; perdoe-me povo, continue votando em mim, sei que vocês sabem, conhecem minha história, ela não pode ser apagada, não pertence só aos anais do congresso, assim, votem em mim. Sim, eu voto! Mesmo porque as histórias proibidas nunca são contadas no mundo da política. Vossa excelência teve coragem para enumerar tabus e narrar com maestria as fraquezas morais; mas me diga, onde foi parar o dinheiro da mala preta? Não sei, eu não sabia, mas minha irmã caçula era uma delícia. Depois cresceu e embarangou. Contei-lhes o que sabia: “segundo minha lembrança esquecida era uma vez por semana, quando pai tinha trabalho, tudo bem rápido nas escondidas”. O resto vocês sabem... O culto à juventude ficou velho naquela senhora. Coitada!, tão fina, tão rosa, tão bem apessoada, por causa da política colocou em prática o manual de tratamento de dejetos sanitários, quinta edição, revisada e ampliada. Tudo em nome do povo. Senta na garrafa, meu brasil. Não basta ter coragem para perpetrar o impossível, tem de sentar, e sentar gostoso, fazer do jeito que eles querem, exportar para receber em troca mais vaselina, pra não doer, pra não temer a dor, pra fazer direito, de novo, de novo, mais uma vez, senta que é bom, vende bem, eles aplaudem, querem mais. E enquanto eles continuarem querendo, nós continuaremos vivendo. Uma casa branca, uma cerca branca, uma porta branca, um pó branco, nem a sujeira me pega. Tô podendo, tô querendo, e poderei, não vem que não tem, a coca-cola também é usada pelos senhores da estrela solitária, bota fogo na zona carioca. Bala perdida vermelha, mas sem boina. Muito quente para cobrir a cabeça em terras tropicais. Tropicaliência. Eles sabem que vende, e vende bem, não vem que não tem, vocês morrerão nessa alegria. Isto é, sabe-se a cor da bala e não da onde veio. A drogadição não tem perdão, só os traficantes merecem indulgência. Eles pagam caro, sabem do valor, sabem da vontade, sabem que morreremos para salvar o mundo: “independência ou morte” que nada, bastou pagar o preço. O preço ofertado vincula o contrato. ¿Mas serei eu o único a defender a moral e os bons costumes? Não, de forma alguma; são tantas as primeiras pessoas neste texto que me sinto sempre a segunda:. O sujeito a quem se dirige a verdade: eis a moral e os bons costumes: o que não se pode falar, o inominável: a moral guarda e trata de manter estável: para os piores horrores. O centro cívico quase veio abaixo. Quando apreenderam a agenda executiva do purgatório de cheiros de madame naná, os nobres desembargadores apreciaram a liminar: decisão precária, prisão válida por 83 dias, no entanto a prática revela que dez anos de prisão cautelar apagam muitas palavras, fecham muitas bocas, eles assim fizeram, mas as bocas se abriram para o estupro: palavrão: “puta que o pariu”. A própria mãe diz ao filho, mesmo ela não sendo; se bem que ele, provavelmente, é. Baixo calão proxenetas não são. Putas, sempre elas a nos dar vida, a viver pela própria vida; ¿não se deve viver pelo trabalho?, ¿não é isso que eles querem?, claro, são elas, as primeiras, o primeiro trabalho, a bíblia dizia; – as únicas inocentes, tudo que queríamos ser se houvesse mesmo a vida fácil. Mas madame naná tinha; era uma grande pensadora do sexo, exportou idéias para a europa, importou corpos para o instituto médico legal, vida fácil: bons contatos. Ela tinha, já os podres juizes, ...o federal não teme o estadual. Pobres juízes. Aportou a pf, e. Pegaram madame naná! Pegaram madame naná! Duas vezes, caixa alta, em vermelho, sangrando no jornal, primeira página. O nome de cada um deles, telefones, horas pagas, horas agendadas, e, finalmente, preferências. Os homens de bem do bairro ao lado encarceraram madame em suíte luxo. Lá ela propunha colocar duas mulheres e três homens pra transar. Detalhes: 5 dias, sexo visceral, vitaminas, eles descansam um dia, queijo corporal, fermenta, sétimo dia, banquete final, nenhum banho, quarto pequeno; eles, aqueles iguais, transando a valer para aqueles desiguais sentirem o cheiro. Purgatório dos cheiros de madame naná, sim, sim, estava lá, página décima quarta. Números romanos, processo longo e cheio de reviravoltas. Do lado de cá ou do lado de lá, o mundo partido ao meio, dividido em duas, quatro, seis partes iguais, não importa, réu ou vítima, de ambos os lados estamos todos nós:. Xiitas sexuais documentados no manual do clínico geral. Não é difícil perceber, primeiro contato: orientais e ocidentais: todos eles: pessoas extremas, guerras entre iguais, até o fim ou nada mais. Cada ponto-limite seu está em mim; em algum lugar tem de estar, não é possível, coincidência demais. Nada escapa ao humano, tudo em mim: ao menos em parte dentro de você; mas, de outro lado, há os que dizem: “nós, animais insanos ditos racionais”. Sim, sim, de fato pensamos muito bem: “quero ver ele de pé”; “quero ver ela pelada”; “vem filho, deixa eu te dar um abraço”; “não me veja, sai daqui!”; “eu posso mandar, me obedeça”; “sempre quero”; “espero juízo”; “esperança”. Há apenas duas sentenças depois do “vote em mim”: o que nos proíbem, só eles podem fazer. Leis divinas, minha teologia comprar-lhe-á o coração, leis jurídicas, o milagre em minhas mãos. Se posso (e posso mesmo) encho a boca de moral para dizer: – que se faça o povo! E assim se fez. A boca fechou e todos ficaram quietos; depois nasceram os livros; ai, foram queimados; algumas bocas se abriram novamente; foram fechadas pelos livros remanescentes; retomados e vilipendiados pelas bocas, uma luta cruel, um come o outro, vitória. Não é isso que faz todo livro? Remeter o leitor a outro livro. Sempre vitória. Nos palanques da política, um romance sujo de porra, o menino novo não tem vergonha, ele tenta limpar com a boca, cuspindo no dedo faz ficção, mas não tem jeito; fosse sem lubrificação seria uma criança, tudo mais fácil, natural: vomitou a sopa de letrinhas no chão, passou a mão, achou gostoso, resultado: contos na papinha, romances no pão, teatro com poesia baba na fantasia, letra por letra, c-a-r-n-a-v-a-l-, vomitar em vão: bulimia. Arroz e feijão; os pedreiros se reúnem, juntos praticam crimes, na delegacia se confundem com os generais, dizem as más línguas que perfazem as mesma condutas, apenas as grades os separam, diferença de fato, não de direito, é sorte, fortuna, nada mais. As diferenças restam nas cadeias sob influência da dieta alimentar. Se ninguém disse caviar... Então, estão todos presos... ao menos enquanto durar a prisão cautelar, porque já se sabe que a definitiva nunca virá. Vi navios na minha prisão domiciliar, moro na mata atlântica, de cima do morro eu vi o barco passar, minha casa é também a minha pena, sonho com viagens... – mas, em verdade, até que consigo ficar bem em meio as intempéries da justiça, acredito na prescrição, ...e começo a acreditar na minha inocência. Tem caviar e tem puta, – não deixa passar; a festa é comovente!: eles acedem velas vermelhas e esperam o diabo, não perca a oportunidade. Mundos e fundos à caridade, – mas não se engane, a ajuda aos pobres é necessária, e barata: comida, livro e boa sorte. Rá rá rá. Te peguei, não foi?, sei que você pensou em saúde, educação... segurança, programa de governo, saneamento, cultura, habitação, lazer: pão e circo. Em roma, era considerada segurança alimentar a alegria e a liberdade. Ninguém odiava o semelhante, só queria fazer um lanchinho. Uma grande parte dos portugueses desbravadores virou refeição, a outra só lanchinho. Vamos comê-los em partes, jack, o estripador. Com novelas, futebol e rebolação dominaremos o mundo. Nós, brasileiros, selvagens demais, esperançosos demais, novos demais, o ímpeto da juventude gritou “independência ou morte”, mas, no fim das contas, nem mortos nem independentes, ainda, sempre, mesma forma, um segundo na história, um pouco mais hoje, ainda que sempre, da mesma forma: pagando o preço. O poder que se quer ter: te tirar a roupa, descabaçar, ser chulo para você pedir mais, gozar na tua cara morrendo de alegria, declaro a tua independência por dez reais, essa é a completa, tem a rápida que eu faço até de graça se me pagar o jantar. O juiz do bem e do mal nem dez reais pôde dar, morra de fome ou trepe até morrer, trabalhe com a moral e te remunerarei, os bons costumes são a hora-extra, tudo tem hora e lugar, agora não vadia, não está vendo a minha mulher, se não sabe este é o prédio da justiça, não arme barraco aqui, depois conversamos, fora daqui vagabunda. Só porque eu vim cobrá-lo no tribunal ficou todo bravinho, não adianta ter tanta raiva de mulher, e tratar a própria mãe justiça com tanto desdém. O prédio rústico da justiça sabe que o direito de todos é o direito de ninguém. Mas a taquigrafia provará a inocência. Restará a lei escrita; a moral e os bons costumes morrerão. Quem ler dirá “odeio este livro”; a história é o que menos importa; ¿história, que história, que história é essa? Geografia pura: no país onde nasci, todos culpados por serem suspeitos, suspeitos de serem leitores, então não nos permitimos essas histórias, mas acontece, acontecem com tamanha freqüência que sei: História é. Geografia: lugar onde nasci. Em verdade, é apenas metalinguagem, não se quer contar qualquer história, os bancos escolares o fazem, a história era outra história, e passou, foi furtada pra se drogar por ai, fazer diferente, divertir-se, fazer o próprio bem mesmo que seja a bondade, a maldade, deus, um milagre, ouvindo música, fazendo, tudo ou é ou está, pedindo, rezando, implorando, amor. Alguém fala, não, não é alguém, são gritos da torcida, desculpe a inspiração, errei, me perco com tamanha facilidade, pra ficar em silêncio, pra dizer que o todo é possível, o impossível não é intransponível, “olha o pederasta”, grita a torcida, “pega ladrão”, somos todos culpados, “pega ladrão”, “cadeia”, “maconheiro”, não sabe fazer nada direito, ninguém ensina direito, tudo volta: o impossível fático, nos manuais, no dicionário, no livro ensebado, lá está, inspiração: nada a dizer, o fato, tão-somente. Fim. Uma nova história: a inspiração não acaba entre colchetes, – querendo-se apenas dizer que o processo é necessário, meio é o que importa e o que não se lê; todos culpados, todos suspeitos culpados de serem leitores, matem, deus saberá distinguir os bons dos maus, minha tv que me mata, disse o papa, rimou, não rimou?, é pobre e só o professor de literatura sabe ler, rima só para os repentistas, poemas só o professor-escritor conhece, ninguém sabe nada, bom, ao menos sabem alguma coisa, por isso, julgamento! Inspiração: um fim em si mesmo, desejo, branco, brando, fugidio, fugaz, banal, irretocável, indisposto, indisponível, sentido e percepção, as minhas realidades, as nossas verdades universais, mundiais, federais, ignoradas, lindas metas, as palavras que só ele sabe dar, sempre presente, um, na frente ou atrás, dois, direita e esquerda, três, é demais. Chega, tudo tem de acabar um dia, nem que seja só para dizer que uma etapa foi vencida, nem mais nem menos, apenas o que é de direito, na vida é preciso dizer a que veio. A história é a seguinte: “tô tentando vender um livro por dez mil reais”; “tá meio caro; não vem com algo mais?”; “você leva de grátis (sic) uma coletânea de poemas eróticos, meus madrigais, três diários, antologias de páginas íntimas, e esse cê vai adorar, os direitos autorais de roberto marinho; não leu nada dele?, meu deus, você vai amar, ele escreve muito bem, era um imortal até morrer, olha, destes dez mil que você vai me pagar, ao menos uns 4000 reais não me pague, pague a ele por educar o povo com o telecurso 2000, – numa sociedade de cifras, nem 1000, nem 2000, nem tudo que vende, se as aspas se perdem, por que lembrar que isso é um erro?, se não entende pelo menos diga que é uma merda, não fique ai com cara de bunda dizendo é nota 10, imagens não se formam à toa, primeiro aprende-se os números, depois as letras, junte o alfabeto, e fale o que dá, do jeito que dá, nunca dá, tapam nossas bocas, encobrem nosso erros gramaticais, e estão certos, o pior é que estão e são certos demais, eu beijaria todas as bocas desta cidade, mas tão baixo quanto eles jamais conseguiria ir, é pouco a pobre capital da ecologia apodrecida, mandam demais, são e estão demais, governando nossas vidas, eles, aqueles iguais desiguais, bem do tipo do presidente, comem, arrotam, e ai, pedem, “mais uma por favor”. O garçom abre o zíper e deseja que ele abra a boca. Num mundo perfeito, talvez fosse assim. Mas... Século XXI, feche o zíper, cabeça abaixada, não fale nada, só eles podem urinar em nós; nós, os garçons da festa deles; e quando eles nos vêem, somos jovens, parecidos com os filhos deles, mesmo assim, eles continuam a dizer, “abre logo essa garrafa”, “dança, quero ver você dançar”, “senta, quero ver você sentar”, “vai filho, dá um abração no papi”, “vem que eu vou te cortar o pingulim”, “vem que eu enfio o dedo na coninha”, “você vai gostar”, “vem, em nome do pai, do filho, do espírito, amém”. O espírito santo não existe; santo, pra ser santo, tem de morrer. E, de fato, já não estamos nesta vida; os físicos descobriram novas dimensões, até os céticos correm atrás, mundos e fundos entram na onda, mas os primeiros a chegar são aqueles que sempre acreditaram, – não por entender, mas sim, por ter seguido os instintos. E, para quê?, simplesmente para ter o que fazer, o que esperar, em que acreditar. Um dia acontece; certamente não estaremos preparados; a paixão não tem treino, é só vitória; sempre um sobressalto, um piscar de olhos, é um olhar interessante, amor, três desejos meus e o mundo acaba! [o gênio da lâmpada diz amém].

leitores?

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que tal esse monte de bosta?