a história sempre c repete

sexta-feira. saí com o tito lívio - bom sujeito, mas coitado, nunca acessou o google na vida, nunca digitou uma única palavra no sítio mais importante. o meu amigo tito é o maior historiador d toda a roma. lembro q parei d ler seus livros no sétimo tomo da sua obra antológica "uma vez baco foi dionísio". trata-se d uma narrativa épica que se inicia com dionísio nas portas d tebas, conclamando ao sexo sem limites no monte citéron, indo até os reflexos destas práticas hodiernamente, como p. ex., na arte dos mexicanos gabriel velarde e juan pablo macias, cuja última obra "simplesmente elas exalam" mescla biografias com o mundo pornô. enfim, realmente um cara q vale a pena desperdiçar as horas de sexta à noite entre cervejas e cigarros. falamos mto sobre um compromisso inescusável q tds nós temos, o compromisso com a verdade. a retórica afiada é o ponto d partida p/ uma grande demanda, mais q isso talvez. quiçá seja o búsilis de uma vida. descobrimos através d mta cogniçao q a verdade e a mentira qto mais se aproximam d suas formas puras, mais elas se parecem, mais ficam indissociáveis e equalizadas no meio d td. isto é, qto mais a mentira se aproxima daquela mentira idealizada no lugar onde ela é perfeita, mais ela se parecerá e se confundirá com a verdade, q por sua vez será tb aquela verdade idealizada na cabeça d qm a proclama. a conclusao é q ambos estávamos atordoados pelos corpos q passeavam pela rua como se tivessem algo especial a encontrar. chegamos ao ponto, enfim. estava eu, procurando algo especial, e, esse algo era sexo. obviamente, n comi ninguém! ficamos fazendo uso da cogniçao enquanto deveríamos abater. qdo tomamos conta deste aspecto fundamental, foi só entao q ganharam vida as frases importantes da noite "ela é feia, mas eu estraçalhava o cuzinho dela", "n to comendo ninguém", "vai se fudê, vc é mto chato vinicius". n obstante o baixo calão, digo q meu amigo tito lívio é um senhor d argumentos fortes, haja vista q, às vezes, é como se diz q realmente importa. tito livio tem sotaque forte, coisa d qm viajou o mundo e trás na língua q fala o esplendor clássico d virgílio com uma pueril influência da periferia d bristol. é praticamente uma tragédia grega uma pessoa desse patamar usar o computador para tão-somente baixar músicas indies na velocidade da banda larga. ele n usa a caixa postal, n usa o msn, n tem conta no orkut, baixa pornografia só ás vezes. tremendo absurdo, admira-me ter um celular. porém, o q se espera d pessoas com brilho próprio é justamente q n se adaptem ao costume d uma época, pois mtas vezes estes corpos n existem, sendo a luz a sua única expressão. na volta p/ casa, discutimos a respeito da internet e eu, uma vez mais, apreciei o bigorrilho, bairro cujos pequenos burgueses q o habitam insistem em chamá-lo d um nome q nem sei escrever. peço desculpas pela ignorância. se bem q d um lado ela é boa, visto q proporciona uma morte ótima. hj morri assim, burro e feliz.