como o nome expressamente declara: xxx - pornografia em inglês; xxx - de novo pornografia em dobro; seis vezes pra você entender... ...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Ensaio-crítico do filme "Amor nos Tempos do Cólera".

Devo admitir, caros leitores...

Não, melhor, devo confessar! Afinal de contas, sei muito bem quem me manda presentes de aniversários, de natal, de scoa, de carnaval, cesta de café da manhã, roupas caras, ingressos exclusivos, jantares, almoços... enfim, aquele que enche a minha –e a boca das criança em casa. Assim, sei muito quando devo ou não gostar de um filme, de modo que bem criticá-lo ou jogá-lo na lixeira junto com o papel jornal não é uma questão de escolha. Ao menos pra mim, o crítico. Entretanto... devo confessar outra coisa. :Quando eu tenho que desqualificar um filme que é bom, emendo uma sessão na outra (sem pagar o segundo bilhete), sem intervalos, pra rever logo em seguida um filme que de partida estava pra encontrar os defeitos, e valorizá-los (por quê não?!).

Não tem erro! Nenhum filme é perfeito! Pontos fortes e pontos fracos: é procurar!

Por exemplo, quando se pela segunda vez um filme de quase 3 horas, na sexta horaquando acaba a segunda exibição –, o crítico se acha em tal estado de nervos e tédio que nenhum presente de última hora resolve a questão em favor do filme. A resenha-crítica na manhã seguinte será péssima. Porque todas essas seis horas tornam-se armas engatilhadas e apontadas para as cabeças dos leitores nas mãos da fina crítica especializada. Os potenciais espectadores, que levam em consideração o que é publicado no jornal, não são nada além de cordeiros pastando sobre a programação de Arte & Cultura, – eles precisam de um pastor pra dizer “vai por ali, volte aqui, essa história é de amor, é muito boa, é levar a namorada pra paixão florescer”.

Mas nem tudo são flores! Nem mesmo pra quem tem a vida ganha!

Sexta-feira à noite, o crítico se suicida num filme de quase 4 horas² [ao quadrado]; coitado, ele tinha de falar mal do filme e não conseguiu, satisfatoriamente. Sábado, os produtores do filme, alegres por não ter saído o ensaio-crítico de maior impacto, passam a cobrar comissão do pipoqueiro. Porque, claro, elesgrandes negociadores de arte – sabem que as pessoas compram muito mais pipoca quando o filme é longo; tomam muito mais refrigerante, comem chocolate, mascam chicletes como nunca, e uns até escondem uma bebidinha do lanterninha pra suportar tantas horas diante da tela. E o resultado dessa história toda é que: a crítica importa tão-somente àqueles que lêem, quem vai ao cinema pra se alimentar, ou namorar, sabe que o importante é duração do filme.

Cada um se dá o valor que julga ter! E... bem que fazem!

Não há o que lamentar; o crítico tem ciência que nada mudará o cinemão estadunidense: ®Eles continuarão a reproduzir qualquer lugar do mundo, da Itália ao Quênia, como se fosse o Texas ou a Califórnia; ®Na Colômbia do século XIX, em Cartagena, os personagens continuarão a falar um inglês impecável, com pouco ou nenhum sotaque; ®As empresas estadunidenses ou as amigas deles continuarão a fazer parte da história e por vias tortas deixarão um comercial subliminar; ®O bem continuará a vencer o mal, com o casamento do bonzinho com a mocinha no final; ®O mundo continuará a ter salvação, basta efeito especial, som alto e uma lágrima de redenção sobre a bandeira estrelada; ®O que você acha que vai acontecer, acontecerá.

Do que adianta existir a teoria da crítica cinematográfica? É mais um livro ilustrado!

Vinte anos de universidade pra quem pensa que isso serve pra alguma coisa! Anos e mais anos de academia de cinema, livros e meias verdades, vocês merecem! Merecem muito estudo e um Oscar®! porque ainda não entendem que o importante é falar bem de quem nos paga as cuecas limpas... os jantares, os carros de luxo, a pédicure, os livros importados, as bebidas exóticas, as condecorações, as homenagens póstumas que trazem tanta alegria para os órfãos do crítico... enfim, resumindo, o importante é o soldo de cada dia que torna um cidadão respeitável, digno (– ninguém liga se você é um bom crítico de arte, um joão-ninguém ou déspota esclarecido, – ninguém liga muito pra isso, o que vale é a grana no bolso, – ninguém liga pro cinema, pra literatura, pras histórias de amor, o que vale é o que compra os outros, críticos ou espectadores).

A mentira tem várias faces; a verdade, uma . [!]

Eu, o crítico do crítico, também não liguei muito pra isso; sei bem que tanto se pode falar para o bem e para o mal. Com base nisso, ressalto que o filmeAmor nos Tempos do Cólera” é ótimo, vale cada centavo gasto no ingresso e na pipoca & refrigerante. Assistam, levem suas esposas, namoradas e afins... é um filme romântico-família, que depois de 51 anos, 3 meses e quatro dias e quatro noites, o mocinho transa com a mocinha; se bem que não estavam tão moços assim, – a maquiagem deu um jeito nisso, e todos viveram felizes para sempre (ou pelo menos não foi contada a morte dos protagonistas, em que pese estarem bem velhinhos no final do filme). Eu disse..? assistam a dois e voltem com toda a família? Pode ir se aprochegando, vale cada centavo!

leitores?

Stumble Upon Toolbar

que tal esse monte de bosta?